segunda-feira, 18 de maio de 2009

Alma minha gentil que te partiste - Analise



1. Alma minha gentil que te partiste
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etério, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te;

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
(Luís Vaz de Camões)


Hoje, dia 18/05 o meu grupo, contendo os seguintes integrantes: Janay (eu), Tamires, Simone, Thallis, Estevão, Jhonatan e Alaxmandriel irá começar a postar estudos, comentários sobre Camões e sua obra até o dia 25/05.
Um breve estudo e comentário sobre o poema acima:
“Alma minha gentil que te partiste”, de Luís Vaz de Camões é um texto argumentativo, do gênero poesia, possui linguagem literária, pois são repletas de palavras conotativas que tendem a pluralidade de sentidos e a subjetividade. A sua organização gráfico visual, ou seja, sua forma é um soneto de rima e métrica regular, cujo esquema rimático é ABBA-ABBA-ABA-ABA.
Neste poema percebe-se o sujeito lírico em primeira pessoa, porém, não é possível distinguir nas palavras do poema se o eu lírico está na forma masculina ou feminina. Este é uma pessoa apaixonada que diante da perda de seu amor está grandemente entristecido, e para exprimir tais sentimentos usa de figuras de linguagem como eufemismo (“Repousa lá no céu”), que suaviza o sentimento real de morte; inversão (“Que já nos olhos meus tão puro viste”); catacrese (“Não te esqueças daquele amor ardente”); e metáfora (“da magoa, sem remédio,de perder-te”). A tristeza do eu-lírico é tão grande que sua argumentação se baseia no pedido de morte, pois assim, ele poderia encontrar a sua amada, objetivando mostrar quanto sofre pela morte desta. O conteúdo, como estratégia discursiva, pode ser dividido em três partes: na primeira é narrado o fato ocorrido, na segunda, o eu lírico lamenta e faz um pedido para a amada e por fim, na terceira parte, ele pede para morrer, para assim se encontrar com o ser que domina os seus sentimentos.
Quanto à concepção de amor, vida e mulher, nós entendemos que a mulher é um ser idealizado (levando em consideração que neste poema o sujeito lírico seja masculino), que merece todo amor do eu-lírico e que a vida não tem razão quando não se pode viver esse amor. As imagens principais vindas na leitura do poema acima são de paixão incessante, olhos, tristeza, entre outras. Nota-se que neste poema, as idéias levam mais a um plano ilusório. É importante também notar que em todas as manifestações de paixão, o amor é colocado como principal fundamento.
Na opinião do grupo, o tema abordado é bem interessante e há uma boa estruturação por trás disso que contribui para o sucesso do poema. São bem usadas as figuras de linguagem, a linguagem literária, o sujeito-lírico entre outros, que em conjunto permitem que se leve uma boa mensagem. E a leitura é agradável e contagiante.

Janay Ceribeli Nascimento e Tamires Cristina da Silva


Se quiser saber mais sobre o poema assista ao vídeo no YouTube

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